Boa parte do continente africano é dominada por regiões desérticas ou semiáridas. O grande Saara impera ao norte da região, que vem sofrendo com secas severas ao longo dos séculos.
A última ocorreu há 250 anos atrás. E outra está por vir, dizem pesquisadores em artigo publicado na revista Science. Também afirmam que as mudanças climáticas provocadas pela humanidade podem tornar o problema ainda pior, prolongando-o por dezenas de anos. A notícia foi publicada esta semana pela BBC.
Na região mais recentemente afetada por secas, a do Sahel, nos anos 1970 e 1980, pelo menos 100 mil pessoas morreram. Secas e enchentes históricas com até três mil anos ficam registradas em sedimentos geológicos.
Michael Schlesinger, professor de Ciências Atmosféricas do Grupo de Pesquisa em Clima da Universidade de Illinois estuda o tema há mais de uma década e acredita que há semelhanças entre o que espera para partes da África e da Califórnia (Estados Unidos), onde há histórico de secas curtas e longas.
“O que o oeste africano e em a Califórnia podem lidar é com uma seca de cem anos”, disse. Frente a um fenômeno dessa magnitude, o pesquisador aponta até dessalinização da água do mar como possível fonte de abastecimento.
Possibilidades graves como essa mostram que o aquecimento global é um problema mundial e que requer esforços conjuntos de todas as nações para reduzir seus terríveis efeitos. De nada adianta a um país advogar pela redução da poluição em fóruns internacionais enquanto, dentro de suas fronteiras, perpetua o desmatamento e a exploração de petróleo e queima descontrolada de seus derivados, por exemplo. No fim, a conta será paga por todos.
Neste domingo (19), a série especial Vozes do Clima traz a pauta da Energia, mostrando como investimentos no setor poderão “sujar” a matriz energética nacional e torná-la mais vulnerável às condições climáticas. A fragilidade dos sistemas termo e hidrelétrico, a energia limpa dos ventos do Nordeste e o potencial para o uso de energias alternativas.
Escrito por: Zeus